Eu não quero ser mais do que sou. Ser apenas eu, já é de si uma difícil tarefa. Uma existência repleta de fantásticas façanhas, mas também das mais incríveis incongruências.
Ser eu, não é mais do que ser. Mas o ser é que tem características que devem ser analisadas e compreendidas.
Eu sou eu porque fui influenciado por alguém. Posso dizer de outra forma, que o conteúdo do meu cérebro, mais propriamente a sua consciência, e aquilo que faz a minha personalidade, é influência de factores externos que se tornaram internos pela simples assimilação de informação.
Quando vim ao mundo era uma tábua rasa que foi moldada, esculpida, pintada para obter uma determinada forma. Foram os meus pais, os meus professores, os meus amigos, os meus colegas, as namoradas, as experiências de trabalho, os momentos de lazer, os momentos tristes e os momentos alegres.
Mas em todos estes contextos existia sempre uma pessoa ou pessoas. Elas, como eu, também foram esculpidas, moldadas de uma tábua rasa para uma forma.
Essa poderá ser de deslumbre ou de autêntico repelente. Mais de forma hermenêutica, ser eu é uma uma conjugação de factores que são alheios ao meu ser. Sinto-me quase como esponja que vai absorvendo a experiência do dia a dia e com isso crescendo, crescendo e crescendo...
Ser eu, não é simples. Mas também nunca quis o contrário...