sexta-feira, 6 de abril de 2018

Blade Runner 2049

Já faz algum tempo que vi o filme. Nesse período foram muitas as vezes que tive vontade de escrever, analisar sobre ele aqui neste espaço pessoal.
Mas em boa verdade, o tempo não ajuda e a falta de vontade também não. No entanto, algumas linhas vou escrever para sossegar o meu âmago.



A sequela foi aguardada pela crítica, e pelo público em geral, durante décadas. Pois o primeiro filme realizado por Ridley Scott tornou-se um clássico imediato aquando da sua estreia nos idos anos 80. 
O primeiro filme foi baseado numa realidade distópica criada por Philip k. Dick num livro que o consagrou como escritor de ficção científica. 
Posto isto, a minha sincera crítica ao filme surge no vazio que me fez sentir, um sentimento bem diferente do que senti no primeiro filme.

Esse vazio, notei mais quando em certa altura do visionamento do filme, senti que era forçado a realização do mesmo. Ou seja, a pressão financeira manchou o filme e acabou por fazer com que ele não conseguisse originar o mesmo tipo de ambiente que o primeiro me passou. 

Olhando unicamente a esse aspeto, posso dizer que o filme foi uma autêntica desilusão. Tão grande que com o climax atirado a nós à velocidade da luz, mais parecia uma telenovela venezuelana com problemas na sincronização do audio com os movimentos bocais dos atores. 






Claro que não descarto qualidade no filme. Até porque de todos que vi no ano transato, este é provavelmente o melhor na categoria de fotografia. Aí estou de acordo com a Academia de Hollywood que atribuiu ao diretor o Óscar na categoria. Porém, a minha opinião sobre o filme ficou muito aquém das expetativas que rondavam o mesmo.

As perfomances dos atores não me convenceram. O enredo pareceu demasiado surreal e forçado para uma sequela que se esperava mais consistente com o original. E, por último, o Harrison Ford não trouxe mesmo nada ao filme. A não ser uma satisfação aos fãs mais fundamentalistas, na mesma linha do seu aparecimento em Star Wars.

O problema central não é o filme em si, mas sim a forma como o mercado cinematográfico funciona no momento. A necessidade da obtenção de lucro a todo o custo, entravou o processo criativo do cinema. Isso fez com que as produtoras olhem para os filmes mais antigos e vejam na realização de sequelas, prequelas, etc o El Dorado que perderam.
Contudo, a magia do cinema perdeu-se completamente ao dar-se prioridade ao lucro em detrimento da qualidade artística. É um problema que precisava de ser analisado e explicado de forma mais profunda. 

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