sexta-feira, 18 de outubro de 2019

A Mancha Humana

Philip Roth assume-se neste momento como o escritor que mais gosto de ler. Este é o meu segundo livro dele. E com o mesmo quero começar a ler aquilo que denominaram de Triologia Americana de Roth.

Mancha Humana (2000) integra o grupo do qual fazem ainda parte as obras Pastoral Americana (1997) e Casei Com um Comunista (1998).


Neste livro Roth já escreve de forma mais suave, apresenta as personagens com claridade. Faz avanços e recuos no tempo, mas está sempre seguro de si, sem estragar a leitura.
Na analogia que faço a Everyman (2006) encontro uma profundidade que não tem no primeiro livro que li do autor.


Roth não tem medo de escrever. Ele debita palavras que é uma coisa maluca. De tal forma que é uma imersão na leitura e viajamos de um lado para o outro e nos, espaços, vamos conhecendo as personagens e as suas particularidades a serem desenvolvidas pela escrita de Roth.


Philip Roth

O autor em causa assume-se como um dos mais importantes do fim do século XX. E consegue  em Mancha Humana fazer com que cada um de nós pense sobre si mesmo e no papel que tem no mundo. De alguma forma também fala de problemas estruturais a cada sociedade e aos órgãos que a compõem.

A forma é uma pura tragédia carregada de ligação com cada um de nós. No momento das interacções a forma do texto assume-se mais na emoções em que abordamos os outros, como falamos, como olhamos, etc.

No fundo neste livro Roth dá-nos uma lição de vida. Porque é preciso, parar, ponderar e depois avançar. Não podemos pensar que a vida é apenas tempo que passa. Não, ela é feita de ações, opções e consequência dessas mesmo.



"E pensamos sobre essa escriba grotesca de um momento real de submissão humana a algo que o controla e faz ter este tipo de comportamento. O escritor não tem medo de usar palavras fortes, capazes de chocar pela realidade a que transmite. Uma forma de Roth provocar o leitor. Pois todo o livro é provocativo. A forma como se tem que lidar com ela. No momento em que ela nos bate à porta."



E por falar em emoção encontro emoções aquando da leitura de Barrabas (1950) que o autor tem uma forma literária grotesca de construir toda uma narrativa baseada num acontecimento, que não é mais que uma passagem de um livro. 

O autor tem uma forma literária grotesca de construir toda uma narrativa baseada num acontecimento, que não é mais que uma passagem de um livro. Consegue através da literatura, que o leitor tenha uma ideia do que aconteceu a Barrabás depois de Cristo morrer na cruz.

Este livro é precisamente essa história, ou uma das versões delas. Tem um personagem com o nome de Barabbas e é curioso como o autor entra na personagem de Barabbas (Barrabás), que não tem muita importância na morte de Jesus. Quero dizer não contribui para ela de forma direta, mas é apresentado, pelo mesmo autor como alguém atormentado e tem um pesar na sua existência. Desde o momento em que aconteceu.

Reaprender

 Nunca é fácil quando conhecemos uma pessoa. Principalmente se por essa pessoa começarmos a sentir sentimentos.  É uma roda viva de emoções ...