Sinceramente, eu não gosto muito de falar e discutir jornalismo. Primeiro falar de jornalismo engloba uma visão tão geral do assunto, que temos que entender mais propriamente o seu poder na sociedade do que o que é jornalismo. Houve uma altura da minha vida que começei a conhecer os jornais e as revistas de referência, devido a ter andado no secundário no curso de Comunicação Social. Depressa descobri a diferença entre um tabloid e um broadsheet. Afinal a diferença não estava apenas no tamanho do jornal, mas sim no seu conteúdo. Em segundo lugar, sempre tive dificuldade em perceber porque é que os jornais de referência eram os menos vendidos e os mais populares é que tinham mais sucesso, sendo por isso os mais vendidos. Afinal, como diziam na escola, os assuntos que devemos conhecer têm que ser os mais intelectuais possíveis, não podemos que o senso-comum nos leve por um pensamento massificado. A questão é a que vem de há séculos: a literacia, mas a verdade é que o povo não se importa com a literacia. Mais importante que isso é o divertimento, o lazer e o relaxamento que se adquire de momentos que tornam a vida um pouco mais entusiasmante. Não tenho nada contra isso, afinal a cultura não é só aquilo que as elites proclamam, cultura é tudo que o as pessoas produzem. Desde o mais fantástico quadro da mais nova corrente vanguardista, até à festa popular de aldeia de comemoração dos santos populares. Tudo é cultura, tudo é motivo de contemplação por parte do homem.
Nesta complexa máquina de produção cultural, o jornalista veio criar um estatuto de mediador e divulgador de toda a cultura produzida. O jornalista tornou-se o correio não oficial das pessoas que o começaram a seguir.
Contudo, nesta sociedade que vivemos quase em tudo ela gosta de diferenciar, isto é, existe aquilo que é considerado bom e existe aquilo que é considerado popular e, por outras palavras, de pouco interesse. Isto aplica-se também no jornalismo. Mais claramente, se quisermos falar de jornalismo de qualidade em revistas semanais portuguesas podemos, por exemplo, falar da revista Visão. Se quisermos falar de uma revista mais popular e, por outras palavras de menos interesse, podemos falar, por exemplo, da revista Maria.
Estes dois canais de comunicação são bastante díspares no público que pretendem atingir, bem como os assuntos que semanalmente abordam.
Oficialmente os jornalistas que fabricam os textos para as duas revistas devem seguir o mesmo código deontológico:
Mas a verdade é que a revista Maria consegue vender mais que a revista Visão e por isso é complicado definir o que tem interesse. Em relação ao ponto do código deontológico do jornalista onde se refere que o jornalista deve " respeitar a privacidade dos cidadãos" gostava de trazer ao assunto a capa da visão sobre a tragédia que se abateu sobre a Madeira.
Por causa desta capa foi formado um grupo no facebook que queria demonstrar o seu desagrado para com a mesma. O autor do grupo mandou para todos os que se tornaram fás a seguinte mensagem na altura em que achou que a sua missão estava cumprida:
Para acabar gostava de deixar uma imagem da capa do Jornal The Wall Street Journal :
Agora somos livres de julgar e opinar. Qual é a diferença entre o bom jornalismo e o mau jornalismo. Até onde deve o jornalismo servir-se do sensacionalismo para aumentar as suas vendas? E até que ponto o facto de as empresas de comunicação que detém os suportes, não conseguirem ver as suas receitas serem positivas, devem recorrer a todas as estratégias para aumentar a sua rentabilidade? No ho se... (Não sei)
A questão está na forma como os diferentes meios abordam certos assuntos. Uns procuram através da vida privada das pessoas públicas conseguir as suas audiências (Maria). Outros tentam marcar a diferenção e tornam-se revistas de referência, mas de vez em quando esquecem-se do seu caractér (Visão). Outros são jornais de referência e apenas tratam os assuntos de maneira objectiva (The Wall Street Journal).
Nesta complexa máquina de produção cultural, o jornalista veio criar um estatuto de mediador e divulgador de toda a cultura produzida. O jornalista tornou-se o correio não oficial das pessoas que o começaram a seguir.
Contudo, nesta sociedade que vivemos quase em tudo ela gosta de diferenciar, isto é, existe aquilo que é considerado bom e existe aquilo que é considerado popular e, por outras palavras, de pouco interesse. Isto aplica-se também no jornalismo. Mais claramente, se quisermos falar de jornalismo de qualidade em revistas semanais portuguesas podemos, por exemplo, falar da revista Visão. Se quisermos falar de uma revista mais popular e, por outras palavras de menos interesse, podemos falar, por exemplo, da revista Maria.
Estes dois canais de comunicação são bastante díspares no público que pretendem atingir, bem como os assuntos que semanalmente abordam.
Oficialmente os jornalistas que fabricam os textos para as duas revistas devem seguir o mesmo código deontológico:
Rigor e exactidão nos factos; distinção de opinião e notícia
Combate à censura, sensacionalismo, plágio, acusação sem provas
Contra restrições no acesso às fontes e a limitações na liberdade de expressão
Utilizar meios leais para obter informações
Assumir responsabilidade pelos seus trabalhos e promover a pronta rectificação
Identificar as fontes e atribuir opiniões
Salvaguardar a presunção de inocência dos arguidos
Rejeitar o tratamento discriminatório de pessoas
Respeitar a privacidade dos cidadãos
Não noticiar assuntos em que tenha interesses.
(Aprovado em 4.5.1993, em assembleia geral do SJ)
Mas a verdade é que a revista Maria consegue vender mais que a revista Visão e por isso é complicado definir o que tem interesse. Em relação ao ponto do código deontológico do jornalista onde se refere que o jornalista deve " respeitar a privacidade dos cidadãos" gostava de trazer ao assunto a capa da visão sobre a tragédia que se abateu sobre a Madeira.
Por pensar que este é o timing correcto vou fechar o grupo dentro das próximas 48 horas. Faço-o porque sinto que este cumpriu o seu objectivo e não faz mais sentido que continue a existir.No espaço de uma semana aderiram ao grupo 4500 pessoas e estas juntaram-se assim ao côro de protestos contra a capa da revista Visão. Esta, na sua edição desta semana, pediu desculpas pela capa, reconhecendo assim a necessidade de "sensibilidade e bom senso" no que toca a questões que se prendem com a vida Humana e o respeito pela mesma. Na minha opinião é nosso dever em qualquer situação - e não só quando o acontecimento nos toca como tocaram as chuvas da Madeira - mostrar o nosso desagrado e repúdio quando vemos formas de jornalismo desrespeitadoras dos Direitos Humanos. Estejamos atentos.
Obrigado.
Para acabar gostava de deixar uma imagem da capa do Jornal The Wall Street Journal :
Agora somos livres de julgar e opinar. Qual é a diferença entre o bom jornalismo e o mau jornalismo. Até onde deve o jornalismo servir-se do sensacionalismo para aumentar as suas vendas? E até que ponto o facto de as empresas de comunicação que detém os suportes, não conseguirem ver as suas receitas serem positivas, devem recorrer a todas as estratégias para aumentar a sua rentabilidade? No ho se... (Não sei)
A questão está na forma como os diferentes meios abordam certos assuntos. Uns procuram através da vida privada das pessoas públicas conseguir as suas audiências (Maria). Outros tentam marcar a diferenção e tornam-se revistas de referência, mas de vez em quando esquecem-se do seu caractér (Visão). Outros são jornais de referência e apenas tratam os assuntos de maneira objectiva (The Wall Street Journal).
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