Uma ideia substancial é que tudo pode ser signo. Esta mais valia que é o significado é o que permite construir a cultura. Segundo Peirce, entre muitas áreas que ele investigou, uma delas foi a semiótica, o signo pode ser de três tipos: existe o índice, o ícone e símbolo. Tudo na base de que que o processo de significação é um processo social, podemos definir índice como a relação de proximidade entre a realidade significante e a representação; o ícone como a representação directa com o objecto representado e o símbolo como uma relação convencional e arbitrária. Os três combinam-se num código (uma combinação de signos) para produzir um determinado significado. Pois através deste convencionalismo sistémico que se estabelece uma relação uns com os outros. Mas como tudo, a comunicação intercultural levanta problemas. Como por exemplo a distinção entre os hieróglifos ou imagens figurativas e a escrita cuneiforme que tem como característica a linearidade, sequencial em formato de prego.
Mas podemos recuar um pouco mais no tempo e ir até ao tempo onde o Homem para poder massificar o livro, teve que deixar que o lado da qualidade se perde-se ao relegar a estética do livro para segundo plano. O livro, aquele suporte que permitiu ao homem potencializar a sua capacidade de criar perguntas, criar memória, criar projectos e sonhos. Foi nesta necessidade humana que o homem sentiu necessidade de comunicar e expressar-se.
Não vale a pena entrar na discussão criacionista ou evolucionista, mas existem três perguntas ancestrais que estão base das duas perspectivas. As velhas interrogações de quem sou?, de onde venho?, para onde vou? a perfeita harmonia entre a religião, a ciência e a filosofia. Tudo se resume à palavra, isto é, a capacidade de reflectirmos sobre nós próprios. Assim, o homem e a mulher aprenderam em interacção com os outros através da escrita, que não existe sem suporte, mas tem os seus malefícios. Porque por alguma razão ela foi uma revolução.
Isto tudo vem na minha necessidade de recuar no tempo dos factos históricos da comunicação e dos media. Nesse sentido vou dedicar os próximos meses para a análise de factos que marcaram todo este processo histórico, começando pela questão iconoclasta.
Alexander Grishin, escreveu em 2007 que as origens da questão iconoclasta teve origem em 726 d.c através das ordens do Imperador Leo III, que consistia na destruição da imagem de cristo em Chalke Gate no Great Palace em Constantinopla. Aqueles que se denominavam iconoclastas, possivelmente mais por razões políticas do que teológicas, viam os ícones e o culto de relíquias como uma forma de idolatria e a possível causa para alguns dos seus azares civis e militares. Por outro lado, os defensores de imagens ou iconófilos, tinham um ponto de vista diferente:
argued that an icon is not venerated as an idol and that veneration shown to an icon was conveyed ‘by our spiritual eyes towards the prototype’ (Seventh Ecumenical Council, 787), whether this be Christ, the Virgin or the saints.
Esta guerra que durou um século levou a que em 860 d.c, e na sequência de uma disputa entre o Papa em Roma, Nicholas I e o patriarca de Constantinopla, Photios, culmina-se na medida em que a igreja romana, que agora estava cada vez mais com a protecção dos Francos, em vez dos bizantinos, se distancia-se do resto dos cristãos da igreja. Esta separação culminou com o cisma entre a igreja ortodoxa e a igreja católica em 1054.
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