Como os académicos e os críticos de cinema podem viver em harmonia se parece que entre eles existe uma disputa sobre os que podem e devem ser criadores da "opinião cinéfila"?
Um académico de cinema é alguém que sabe de justa causa todo (e às vezes apenas julga que sabe), e qualquer pormenor técnico que o cinema é capaz de criar. É aquele que dá um nome a determinado movimento de câmara, a um determinado plano, etc. O crítico de cinema é aquele que relata as sensações que teve enquanto visionava o filme e ao mesmo tempo informa o leitor/espetador sobre determinado filme. Não será mais importante que a opinião seja criada apenas pelo espetador nunca influenciado por terceiros?
Esta é uma questão sobre qual quero refletir um pouco nas próximas linhas e sinceramente não vai chegar a lado nenhum.
Para começar. A minha experiência empírica sobre o cinema é sempre causada pela minha pessoa e nunca por aquele que teorizou ou criticou um determinado filme, por essa mesma razão há já muito tempo deixei de me influenciar pelas opiniões dos outros no que toca ao cinema.
Mas há aqui uma questão que considero relevante: sendo eu um amante de cinema e querendo eu aprender mais sobre cinema, e olhando ao que escrevi atrás, devo deixar de ler/ver o que terceiros argumentam sobre cinema?
A resposta é fácil: o caminho a seguir deve ser sempre uma escolha pessoal e singular. Ainda por cima o cinema do século XXI está a chegar a uma nova fase que não foi conhecida nas fundações da sétima arte e esta é uma discussão mais que atual e que deveria ser debatida tanto por académicos como críticos de cinema.
Porque nos dias que correm já há e continuam a ser criados novos géneros de cinema (uns mais blockbuster, outros mais outsiders), e com a reimplementação do 3D novos paradigmas estão a ser criados.
E é no 3D que quero focar a continuação do meu raciocínio. Aquando da estreia de Avatar (2009) fui influenciado (penso que aconteceu a muitos) pelo o que de novo este filme poderia trazer para a indústria cinematográfica e pela mão de James Cameron. Nesse sentido, fui ao cinema e paguei o exagerado preço do bilhete e os óculos para ver a película. Contudo, no final a sensação que tive do filme foi que fizeram um remix da estória da Pocahontas da Disney adaptado a um SciFi de orçamento exagerado. Em suma, foi uma desilusão. Consequentemente, só foi através de uma explicação mais do lado da ciência que me fez perceber o quanto o 3D é especulativo e enganador, pois não funciona e é um desastre.
Concluindo, não é necessário sermos uns experts no que toca ao cinema. Temos é que ser capazes de avaliar o quanto gostamos dele e nunca devemos menosprezar o seu valor na sociedade. Independentemente de quem ouvimos ou lemos, o mais importante é gostar de cinema. Já o outro dizia: "Um filme por dia, não sabe o bem que lhe fazia".
Este post vem no sentido de um fórum que foi criado no Mubi e que pode ser consultado aqui.
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