terça-feira, 19 de julho de 2011

A revolução na educação

O modelo tal como o conhecemos foi inventado à milhares de anos. Durante séculos viveu sobre a influência da Igreja, nomeadamente na forma como as pessoas (crianças) deviam ser educadas. Evidentemente, durante muito tempo a influência dos teístas e a sua visão dogmática do criacionismo levou à construção de um mundo standard no que toca à educação.
Várias são as vozes que têm de alguma forma alertado para a necessidade da mudança de paradigma, num mundo ele próprio em mudança em muitas áreas, porém particularmente no que toca à comunicação o mundo nunca antes conheceu uma realidade com tantas potencialidades como agora. 
Isto é um facto que está a levar a reconsiderar os modelos impostos e de alguma forma começa a ter em conta certos critérios que outrora nunca eram considerados. Nesse sentido gostava de vos apresentar um visionário insatisfeito com a escola e academia: Dale Stephens.



Pelo que podemos perceber pela entrevista que ele deu à TED a sua ideia de educação subsiste numa ideia muito diferente daquela que estamos habituados a encontrar em muitas sociedades por esse mundo fora. Refere ele ainda no seu site: I’m Dale. I write, speak, create, and play in the future. I lead the UnCollege movement to uplift human potential. For recognition of my work in eduction, I was named a Thiel Fellow in May 2011. If you’re dissatisfied with school and want to change the world, I’d love to help you join the learning revolution.


Na senda da que ele denomina de revolução da educação foi criado o movimento social Uncollege. Que considera que o caminho para o sucesso não reside apenas nos sistemas de ensino e, por isso, aponta outros caminhos.
Como argumentos a favor da sua causa, referem que: Fifty percent of the world’s population is under thirty: you must differentiate yourself to succeed. With 70.1% of high school graduates going to college, a college degree no longer guarantees success. College shouldn’t be the only path to success — you can create your education by leveraging the resources of the world around you. O que aparentemente pode parecer paranóia da cabeça de um jovem inexperiente, faz todo o sentido quando pensamos em exemplos como o de Steve Jobs ou mesmo Mark Zukerberg. Que no seu perfil se encaixam perfeitamente naqueles argumentos, sendo que são pessoas de extremo sucesso e para isso não seguiram propriamente um caminho tradicional de educação. 
Mas não ficam por aqui no que toca a argumentos. No site do movimento é também possível ler: Hope to hack your education; Will be enrolling in college; Want to complement your college experience; Are past your college years but want to give higher education a second chance; Want to be an educational deviant; To get the BEST education possible. Ou seja, o movimento não quer entrar em ruptura total com o modelo tradicional, mas sim ser um complemento ao mesmo.
O que diga-se, faz todo o sentido no momento que atravessamos na história presente da humanidade. Porque o papel máximo do professor como entidade unicamente responsável pela educação é obsoleta neste preciso momento. Tantas vezes que ouvimos falar que as gerações mais novas estão completamente desorganizadas no que toca aos seus modos de vida e educação, isto nomeadamente porque usam fontes que não são fidedignas e academicamente aceites, como por exemplo a Wikipédia. 
Contudo, considero que o problema está antes em indivíduos que não aceitam a evolução natural da tecnologia e a sua repercussão a uma usabilidade ponderada e, efetivamente mais eficiente. Mais, não são as gerações mais novas que estão "perdidas", são sim as suas que rusticamente não aceitam a verdade: o mundo mudou. Então é necessário adaptar-se a ele e, pelo contrário, não esperar ele se adapte a nós. Por isso, qual é o problema dos alunos usarem o PC nas aulas? Mas infelizmente os problemas não ficam por aqui...
Mas o movimento também chama a atenção para os que eventualmente não servem para ingressar o movimento. 


A história de Dale poderá, de alguma forma, ser associada a muitos estudantes que já sentiram o mesmo que ele sentiu em determinada altura da sua vida, como por exemplo eu. Uma emoção que deve ser aceitada como natural e nunca como errada. Porque como o próprio afirma: Dale came to the conclusion that their frustrations with higher education stemmed not from the specific institutions they had attended, but rather from their common experience: unschooling. They threw around some ideas via email, and Rebecca suggested, “we should just start our own college, à la the movie Accepted.
Claro que não vejo esta forma como a que devemos dogmaticamente seguir na instrução que queremos para nós, mas que é uma alterniativa ou complemento, tenho que admitir que considero que seja. Sem ter a possibilidade de dados a nível mundial, baseio-me no local onde moro e àquilo que tenho acesso pelos media.
Infelizmente, a realidade é que os resultados apontam para um decréscimo na qualidade da educação em Portugal. Não é preciso ir muito longe para perceber isso, basta vermos os resultados dos exames nacionais de 2011. Depois ainda continuámos apostar naquilo que não devia ter a importância que tem. Pelo contrário devíamos apostar noutros aspetos. Como aqueles que podem encontrar neste texto de Nelson Zagalo.
Para todos aqueles que lerem este post até aqui, recomendo viamente uma passagem pelo site do movimento e não tomem uma atitude de repulsa, tentem ver isto como apenas mais uma formação das muitas que podemos fazer na nossa vida. Por último deixo-vos um vídeo de  Alvin Totfler e a sua mulher Heidi para vos fazer pensar.

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