sexta-feira, 9 de março de 2012

Agnosticismo é uma benção

Demorei mais de um ano a ler o livro de Richard Dawkins The God Delusion (2006). Tal aconteceu, por variadas razões, mas a principal é que a narrativa do livro não me foi cativando e, assim, lia e quando o punha de lado, passava muito tempo até pegar nele outra vez. Contudo, uma teimosia levou-me a ler o livro até ao fim, o que acabou por acontecer hoje.




Creio que a teimosia estava a tentar encontrar no livro alguma resposta mais concreta para a minha opinião sobre a não existência de deus, isto é, eu sou ateu, ou melhor era. Acabei foi por encontrar uma tese que melhor nos explica a religião como um todo.
Muitas vezes essa opção, ser ateu, pode ser um preconceito, pode ser vista pela sociedade - maioritariamente católica - como algo incomum -, ou até como já aconteceu na Idade Média, obra do diabo. E por isso a Inquisição em nome do seu deus, fez das maiores atrocidades - além das Cruzadas e outras - que a igreja alguma vez cometeu.
Porém, ao ler o livro, e pelos argumentos lá apresentados por Dawkins, comecei a notar que ser ateu afinal pode ser motivo de orgulho e acima de tudo de liberdade. Porque comecei a sentir nesses argumentos um ponto de vista que se pode resumir muito facilmente: o facto de não se acreditar em deus ou qualquer outra divindade é a mais pura forma de livre arbítrio e existencialismo que podemos ter.
Consequentemente ao longo do desenvolvimento da leitura, no capítulo onde Dawkins nos explica pormenorizadamente o que é o Agnosticismo, as minhas ideias mudaram e essa é a principal sequela que eu posso tirar da leitura do livro.
Depois de ler as afirmações do autor, percebi de um forma melhor o que significa ser agnóstico e, creio, que para a minha estabilidade mental, psicológica e social é a melhor opção.
Dito de outra forma, a bíblia é um livro com mais de dois mil anos e o seu conteúdo teve um poder e impacto sobre o mundo como mais nenhum livro teve. Esse conteúdo está preenchido de argumentos - não científicos - sobre a origem do mundo, algo como um design inteligente feito por um ser sobrenatural que domina todas as coisas e as criou, etc.
Por outro lado, este livro de Dawkins é fundado numa série de argumentos científicos em muito relacionados com a ciência de Darwin, o evolucionismo. Um dos que me chamou mais a atenção foi o que está na página 200 do livro onde ele explica que existe uma falsa ideia sobre  a definição de Seleção Natural de Darwin. Sendo que aquela tese aponta mais em seleção de grupo. Para percebem melhor terão mesmo que ler o livro.
Em suma, a conclusão que cheguei é que nunca ninguém será capaz de provar a existência ou não de deus. Por essa razão e de forma a evitar conversas e discussões sobre criacionismo e evolucionismo que nunca vão levar a lado nenhum, o livro ajudou-me a decidir tomar a decisão de me tornar agnóstico.
Finalizando, existe algo no livro, nas últimas páginas, que nos fazem refletir sobre o mundo que foi criado à volta da utopia da igreja. A forma como existe um legado nas escolas e nas instituições familiares que influenciam as crianças na fase de entender o mundo que os rodeia. Este é um facto que me leva acreditar que se aqueles modelos mudassem, talvez o mundo se tornasse um mundo melhor. Porque, como Dawkins afirma no final do livro: "(...) when humanity is pushing against the limits of understanding. Even better, we may eventually discover that there are no limits"

1 comentário:

Unknown disse...

O ateísmo é uma derivação do agnosticismo e a teoria da evolução é tudo menos 'neutra' como alguns pretendem dar a entender, apenas para os religiosos não a rejeitarem. A teoria da evolução é a melhor opção para explicar a origem da diversidade biológica e não há como negar isso.

http://allthatmattersmaddy32.blogspot.com/2012/09/ateismo-agnosticismo-evolucionismo.html

P.S. Ando a ler o livro do Dawkins sobre o assunto, mas ainda só vou no 1º capítulo

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