No fundo é uma homenagem a Manoel de Oliveira organizado pelo Film Society of Lincoln Center, uma organização fundada em 1969 e que celebra o cinema americano e o internacional. Mas também quer servir como suporte para novos realizadores e um meio de propagandear o novo cinema, principalmente o Indie.
A morte de Manoel de Oliveira em 2015, com 106 anos, privou o cinema de uma das suas lendas vivas e um dos seus mais prolíficos e surpreendentes artistas que trabalharam nesta arte.
A percentagem de produção de Oliveira era famosa e subiu nas últimas décadas da sua vida, mas foram os quatro filmes que ele fez em Portugal entre 1972 e 1981, quando ele já tinha entrado nos seus sessenta anos, que estabeleceu a sua reputação internacional.
São adaptações literárias que alastraram no comprimento, mas mantiveram um foco enrolado, que se mudou austeramente, mas pulsava com a energia sensual, e baseou-se em convenções teatrais do século XIX, mas dependia tão fortemente da sua auto-reflexão.
Manoel de Oliveira foi até agora um dos maiores realizadores portugueses e por isso esta celebração é uma ótima forma de o homenagear. Um dos responsáveis é Pedro Costa.
Um realizador de uma geração diferente da de Oliveira, mas já com um repositório reconhecido internacionalmente.
O que é mais interessante é que ao descobrir este acontecimento, ao mesmo ganhei noção dos filmes que podem ser considerados os mais relevantes da carreira do realizador. Porque como argumenta a organização:
Literary adaptations that sprawled in length but kept a coiled focus, moved austerely but pulsed with sensual energy, drew on 19th-century theatrical conventions but relied just as heavily on self-reflexive meta-gestures, the films in Oliveira’s Tetralogy of Frustrated Love signaled the arrival of a one-of-a-kind cinematic voice.
Fica a lista dos filmes que vão passar:
Manoel de Oliveira 1981 Portugal 35mm 166 minutes |
Past and Present Manoel de Oliveira 1972 Portugal 35mm 115 minutes |
Manoel de Oliveira 1979 Portugal 35mm 252 minutes |
Benilde, or the Virgin Mother Manoel de Oliveira 1975 Portugal 35mm 112 minutes |
Eu não posso dizer que sou um fã incondicional de Manoel de Oliveira. Ou até que goste dos seus filmes. No entanto sou um cinéfilo e orgulho-me muito de alguém como ele ter levado o nome de Portugal mais longe e numa das formas de arte que mais admiro.
Manoel de Oliveira deixou uma obra incalculável que vai perdurar por muitos séculos. Obrigado e até sempre.
Sem comentários:
Enviar um comentário