Terminou recentemente a segunda temporada de West World, uma série que aqui já falei num post anterior e que depois de revisto. Levou-me a pensar que o assunto nesse post está pouco desenvolvido depois do fim da segunda temporada.
Sobre a primeira escrevi:
Na série, ao contrário de Lord of the Rings o foco não está no CGI mas na capacidade guionista de como conseguir que o espetador se interrogue pelas personagens e os seus jogos políticos na conquista e passar da imaginação para a realidade.Em Westworld temos um mundo que foi construído para satisfazer os nossos desejos mais macabros, monstruosos. Que no fundo só é a nossa parte animal!
O post intitulei-o de Fruto Proibido, porque apenas ainda ia a uns episódios na série e bem longe da narrativa que teve um climax inesperado no ultimo episódio da segunda temporada. Mas já na primeira o desenlace foi bem surpreendente.
Na primeira série West World é apresentado como um mundo habitado por hosts que vivem num parque criado por ser humanos e que estes procuram para fugir da sua realidade e entrar noutra onde todo o fruto proibido é permitido.
A narrativa desenvolve-se com alguns dos hosts a mostrarem uma vontade de livre arbítrio e consciência do que são na realidade e para o que servem. Pelo meio percebemos que a acção acontece em vários períodos no tempo e as personagens se cruzam num complexo jogo distópico entre máquina e homem.
Quase como o livro de Philip K. Dick que foi adaptado para o cinema e já conta com duas versões cinematográficas: Blade Runner e Blade Runner: 2049.
Frame de Blade Runner 2049 |
As histórias em si não têm nada a ver, mas o tema é o mesmo. A construção de máquinas para um determinado uso pelo seres humanos. Posteriormente o seu uso torna-se descartável. Surge assim o nascimento de uma consciência de uma nova espécie, que neste caso são robôs e por essa razão, temidos pelo ser humano.
Um mundo onde existem máquinas que pensam como o ser humano e sentido-se usado por ele, viram-se contra ele. Há também uma história de amor entre duas personagens e como esse factor determina toda a narrativa.
Mas ao contrário de Exterminador Implacável não conhecemos já a conclusão das máquinas sobre o seu criador. Em West World assistimos ao início da revolução e como as máquinas começam a rebelião de dentro para fora.
Mas é em toda esta trama de um mundo distópico produzido pela indústria televisiva que podemos olhar à nossa volta e perceber que a Inteligência Artificial é um recurso que está presente e cada vez tem mais uso nas tarefas humanas. Desde as lojas da Amazom que não possuem caixas de pagamento ao projeto Maven que nos devem fazer pensar sobre esta possível realidade.
Toda a série é caracterizada por diálogos filosóficos e frases complexas que nos interrogam sobre o ser humano, as suas acções e seu lado mais animal. Mas também como a máquina pode ter uma consciência e uma alma e depois de isso acontecer sentir-se como um animal num zoo.
É complexa a resposta perante esta invenção da IA que está a mexer as colunas da sociedade em todas as suas frentes, mesmo na arte. Onde até a seguinte pergunta é feita por um orgão de comunicação social: A Arte Criada por IA é Realmente Arte?
Em conclusão, o fim da segunda temporada de West World ainda levantou mais perguntas que respostas. Para o fãs da série, como eu esse acontecimento é uma coisa boa - deixa-nos desejosos por mais-.
A série destaca-se das outras do mesmo género porque aposta numa perpectiva sobre a máquina e como esta consegue sucumbir os seus criadores.
Todo esse mundo criado e aparentemente distópico faz-me olhar para o mundo que vivemos hoje e pensar que a IA está cada vez mais desenvolvida. E a criação de máquinas com consciência é inevitável porque o ser humano procura cada vez mais o seu conforto. E com isso um mundo mais automatizado e capaz de limitações. Mas existe a possibilidade de que esse cenário acontecer um dia os hosts se virem contra ele. Num mundo assim, West World acabaria por ser o melhor exemplo actual.
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