Ainda não nos conhecíamos pessoalmente
E já sentimos atração um pelo outro.
Tudo começou nas fotografias que levaram à curiosidade
E finalmente à possibilidade.
Primeiro trocamos palavras um com outro.
Eu num país, tu noutro. No entanto ambos de férias.
Trocamos algumas frases e logo depois outra forma de contacto.
Eu cada vez mais curioso, não sabia o que se passava do outro lado.
Trocamos mensagens durante horas até que tive coragem de perguntar: posso ligar?
Tu disseste que sim. Porém foi uma surpresa para ambos.
Por um lado porque eu liguei por videochamadas. Por outro porque tu estavas nua.
Considerei esse momento o nosso primeiro de troca de privacidade. Percebi também que não eras preconceituosa.
Desta vez falamos ao vivo, no entanto ainda por mulheres de quilômetros a distanciar-nos.
Esse breve momento que durou algum tempo, no final dele apenas senti que não era suficiente.
Comecei a desejar mais. Comecei a sentir. Comecei a ficar confuso. Comecei a pensar: o que ela está a pensar?
A chamada terminou e eu fui dormir como um bebê.
Mas depois vi aquele vídeo. Onde estavas a dançar de forma tão sublime. Ao som de uma melodia aprazível para os ouvidos enquanto chovia.
Recordo-me de apenas pensar. Não tenho palavras para descrever este quadro de tremenda beleza.
Então apenas admirei e repeti a admiração muitas vezes.
O melhor é que nunca me cansei de repetir, ver aquele quadro.
Senti-me como uma pessoa a olhar para a Mona Lisa no Louvre em Paris durante horas nunca ficando entediado.
Depois disto já muito aconteceu. E muito eu quero que aconteça.
Porém, estás são as memórias que tenho na minha mente que mais me fazem saber que o que quero. Que fazem sorrir em momentos mais inesperados. Que fazem não saber o que amanhã vai trazer, mas sentir que a vida vale a pena.
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