No Festival Marés Vivas, em Gaia, é a cultura musical britânica que se anuncia
Na quinta, Gaia estreitará a sua centenária ligação a Inglaterra. Antes, vinham industriais e comerciantes investir no vinho do Porto, agora, no Festival Marés Vivas, é a cultura musical britânica que se anuncia. Investida multifacetada.
Os Kaiser Chiefs, dignos representantes da pop da Velha Albion, regressam com "Off With Their Heads" e uma história inglesa, com início nos Beatles e nos Kinks e passagem por The Jam e Blur, transformada em canções de digestão imediata.
Antes deles, os veteranos Primal Scream, grupo histórico (bastaria "Screamadelica" para o ser) que, nos últimos tempos, os de "Riot City Blues" (2006) e "Beautiful Future" (2008), se reconverteu em banda de putos a tocar rock'n'roll, muito glam, muito pecaminoso, como se os anos 1970 nunca tivessem desaparecido. Quinta-feira é também dia de regresso dos Lamb, banda fetiche do público português. No palco Novos Portugueses onde actuam os John Is Gone, recomenda-se uma olhadela atenta ao concerto dos Sizo, banda portuense que se prepara para editar um segundo álbum, "Got To Love People Who Set Themselves Up For Disaster", todo ele urgência rock'n'roll correndo desgovernada (elogio).
O Marés Vivas prossegue sexta, com concertos dos eternos baladeiros do rock, os Scorpions, e o regresso inesperado dos Guano Apes, a banda germânica que o público português adoptou ali na passagem dos anos 1990 para o século XXI e que, depois da separação em 2005, regressa para averiguar se ainda estamos interessados em riffs metaleiros abrindo caminho para a voz gutural de Sandra Nasic. Seconhand Serenade, os portugueses Fonzie e Cazino completam o cartaz de dia 17.
Para que a despedida seja suave, o último dia do Marés Vivas será delico-doce. Os Keane trazem teclados e pop de refrão orelhudo, Jason Mraz e Colbie Caillat serão os mui veraneantes baladeiros de serviço (entre a calma da esplanada e uma fogueira na praia) e Gabriella Cilmi vem mostrar o que é isso de ser a resposta australiana a Amy Whinehouse. No palco Novos Portugueses estarão os Sinal e a elegância disco-sound dos Soulbizness.
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