Quando eu era pequenino, o mundo parecia tão grande. Tão imenso, que muito que procurasse o seu início ou o seu fim, acabava sempre desiludido.
Porque, por por um lado enquanto no sitio de lá parecia ser o seu fim, no sítio de cá havia ainda uma imensa paisagem para visionar.
Esse mundo infinito, era apenas a minha aldeia.
Com as suas estradas com o bom paralelo há portuguesa. E com isso umas vias de comunicação bem desgastadas para os veículos que lá transitavam. E que, por essa razão, eram razão do desgaste do veículo e das pessoas que lá passavam.
As pessoas simples que viviam do pouco que ganhavam do trabalho imenso e intenso que as fábricas têxteis do Vale do Ave proporcionavam.Com esse salário precário alugavam ou construíam casas.
Eram e são casas simples, algumas com mais de 30 anos, mas albergues de famílias inteiras.
Os cafés onde, principalmente homens, se juntavam para conversar, beber um fino com Martini e jogar bilhar e a famosa sueca.
O campo de futebol, onde os jovens treinavam futebol de sala e com isso ter uma equipa com o nome ADEPE (Associação Desportiva de Pedome); onde entre outros, o meu pai foi um dos seus fundadores há já umas boas décadas. Estas eram algumas das características da minha aldeia, quando era pequenino.
O tempo passou e eu fui crescendo, as casas foram remodeladas, as estradas também.
Algumas pessoas encontraram o eterno descanso, porém novos seres foram trazidos ao mundo e por isso novos habitantes preencheram a demografia da localidade.
Quando era pequenino a minha aldeia parecia ser o centro de tudo, mas conforme fui crescendo apercebi-me que era apenas mais um local no mapa que pouquíssima gente conhecia e que para além dela havia ainda muito para conhecer. Outras localidades, cidades países, etc.
Então, quando a vida me proporcionou essas oportunidades de conhecimento, apercebi-me que o mundo não era apenas aquilo que eu via. Era um mundo que devia ser visto fora da caixa.Isto é, não olhar para ele de forma circular mas sim de forma quadrada.
Porque quando era pequenino, mundo parecia uma wonderland onde o ponto de partida era o ponto de chegada. Agora que sou grande, sei que o mundo e o sistema construíram-me de forma quadrada. Isto é, o ponto de partida leva a um de chegada, onde esse pode ser novamente um ponto de partida.
Quando era pequenino queria tudo, agora que sou grande apenas quero o que vida tem para me dar.
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