terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Moonlight, Obra Introvertida

No mundo em que vivemos hoje, a forma de transmitir uma ideia, uma mensagem de algo que nos perturba pode ter quase toda as formas que quisermos. Podemos construir quase tudo o que quisermos. Ou seja, se for o desejo de alguém querer utilizar o filme, ou cinema, como uma forma de transmitir o que pensamos sobre determinado assunto, felizmente isso é possível e depois surgem trabalhos como este.

Dito de outro modo, em Moonlight (2016) Barry Jenkins conseguiu criar um objeto de intensa capacidade reflexiva sobre a criminalidade natural que encontramos nos dias de hoje. Aliada aos problemas sociais que daí resultam. Chamando simultaneamente a atenção para a discriminação, racismo de origem sexual. 








Na verdade, o filme é uma obra introvertida com uma deliciosa banda sonora, uma excelente cinematografia e uma mensagem muito forte. 
Gosto especialmente do uso da luz e a criação de atmosferas mais frias com recurso a cores fortes na intensidade, mas negras no espírito. Em alguns momentos lembrei-me de Kar-wai Won e o seu In the Mood For Love (2000). 

De outra forma também senti a forma de fazer cinema bastante inovadora. Quero dizer a narrativa desenvolve-se de forma lenta na forma do que nos é apresentado. Porém, temos ausência de períodos da vida do nosso protagonista. O salto entre a infância, adolescência e idade adulta é de gigante e propositadamente ocultada.
Dessa forma vejo as três partes da obra como parte de um crescimento forçado, num mundo injusto onde a única forma de sobrevivência é a lei das ruas. 
No entanto o desejo de sobreviver pode-se tornar mais forte e o sentimento mais forte, o amor, ajudar a encontrar o caminho certo.

Por último, quero dizer que este filme é nesta altura para mim o melhor filme do ano que passou. Não só pelo que disse, mas também pelo que senti quando o vi e principalmente a surpresa que me criou. Um ponto muito positivo para o realizador, pois este é o primeiro filme que vejo realizado por ele.   

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