Como comparação deixo este artigo que nos fala sobre a possibilidade de o Google nos deixar estúpidos. Mas a verdade é que foi graças a esse motor de busca que descobri o artigo em 0,02 s. Dá que pensar?
O Google cumpre no próximo mês o seu décimo aniversário e um pouco por todo o mundo os media preparam-se para dedicar alguma atenção extra a este jovem gigante californiano.
A edição de amanhã do Expresso dedica duas páginas ao Google, tendo por mote a excelente e provocativa pergunta de Nicholas Carr na The Atlantic de Junho último.
Carr argumenta que o Google, a internet e as novas tecnologias estão a mudar significativamente a forma como interagimos com a informação e que isso poderá ter consequências a prazo na nossa capacidade de adquirir, ler e processar a informação.
Ao facilitar o acesso à informação o Google estimula à leitura por cima e à preguiça mental. A capacidade de concentração dos utilizadores da web está a diminuir e Carr vê nisso uma das causas para o sucesso dos artigos ligeiros e ilustrados na imprensa e blogs mas sem real valor. O Google, prossegue, tem todo o interesse neste padrão pois quanto menor for o valor da informação maior a sua importância enquanto intermediário de acesso.
Estará o Google a tornar-nos estúpidos? Carr faz o seu próprio contraditório no artigo. No passado, em múltiplas instâncias (invenção da imprensa, rádio, tv) os intelectuais alertaram para o potencial estupidificante das novas invenções. A espécie humana, diz, adaptar-se-á.
A nova geração, nativa da internet, estará muito melhor preparada que nós para lidar com o excesso de informação e filtrar a mais relevante.
Ao argumentar que a evolução tecnológica está a diminuir a nossa capacidade para ler livros e artigos a fundo parece esquecer que a esmagadora maioria da população não lê livros nem jornais. E, para crédito da internet, esta camada da população que tinha como fontes a revista Maria e a astróloga Maya pode agora aceder a um vasto mundo de informação. E alguns até o fazem…
Carr alega que empresas como o Google têm todo o interesse em promover esta mudança porque dela beneficiam financeiramente. Não sendo mentira parece-me manifestamente exagerado dizer que o Google tenha capacidade para promover mudanças a este nível.
O Google limitou-se a responder às necessidades dos utilizadores promovidas por uma mudança nos nossos hábitos. Não só não acredito que o Google (ou qualquer outra empresa) tenha sobre esta qualquer influência como tendo a concordar que o próprio Google está à mercê de um novo paradigma.
Então, o que é que o Google tem a ver com isto? É comum dizer-se que a tv estupidifica mas a ninguém se ouve dizer que “a Sic faz-te estúpido”. Então porquê o Google, quando o seu “share” na internet é muito inferior ao de uma estação de tv?
A resposta é óbvia. Se Carr não utilizasse o Google como exemplo e como título teria, na melhor das hipóteses, um décimo das reacções que o artigo gerou. Só no tecnorati são já quase 2200 reacções. O Google vende.
Depois de alguns dias de ter publicado este post. Descobri na revista Time um artigo que fala sobre este software que serve para nos suicidar virtualmente. Entre as redes sociais o serviço não foi bem recebido, mas parece que já teve algum sucesso entre os utilizadores. Segue o artigo abaixo.
Need to disappear from Facebook or Twitter? Now you can scrub yourself from the Internet with Web 2.0 Suicide Machine, a nifty service that purges your online presence from these all-consuming social networks. Since its Dec. 19 launch, Suicide Machine has assisted more than 1,000 virtual deaths, severing more than 80,500 friendships on Facebook and removing some 276,000 tweets from Twitter.
Once you hand over your log-in details and click Commit, the program will methodically delete your info — Twitter tweets, MySpace contacts, Facebook friends, LinkedIn connections — much like users could do manually. What remains is a brittle cyberskeleton: a profile with no data. Users seem to love it. Testimonials range from joyous farewells ("Goodbye, cruel world!") to good-riddance denouements ("Thank you, microblogging. You are, in fact, totally useless"). Suicide Machine is so popular that thousands of people are waiting their turn for their own cyberoffing. "Our server is so busy handling the requests," says Suicide Machine co-creator Walter Langelaar.
But be warned: As in life, resurrection is impossible. Going through the process means that your Web doppelgänger will croak for good. When it does, you'll receive a cybermemorial on the site. RIP, 2.0. We'll miss you.
What appeals to many of the site's boosters is the simplicity of the exit. When trying to close an online account, users are often asked to fill out a questionnaire. More important, their information and connections aren't then erased; they're just unpublished. By deleting all your data, Suicide Machine says, your private information is snuffed out on website servers.
Not everyone thinks the proposition is so cool. The uptick in social suicides has put Facebook in a tizzy. In an e-mail to Suicide Machine's founders — Langelaar, 32; Gordan Savicic, 30; and Danya Vasiliev, 31 — Facebook demanded that they "cease this activity immediately," citing a violation of users' privacy. But the founders disagree, saying users voluntarily hand over their log-in details. Though Facebook blocked Suicide Machine from accessing its site earlier this month, Suicide Machine's creators, and the suicides, are continuing. "Compared to the more than 350 million users [on Facebook], we think deleting a few hundred is not very impressive," says Langelaar. "But they picked up on it as a potential threat." LinkedIn, MySpace and Twitter have not yet publicly responded.
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