Mikhail Sholokhov (1905-1984) ganhou o prémio Nobel da Literatura em 1965 por causa da sua : "for the artistic power and integrity with which, in his epic of the Don, he has given expression to a historic phase in the life of the Russian people".
E no livro The Fate of Man encontramos reminiscências que denunciam aquela característica que a Academia Sueca argumentou aquando da sua escolha para o laureado.
Numa escrita realista e pormenorizada Sholokhov conta-nos a história na primeira pessoa de um soldado russo que passou pelos horrores da II Guerra Mundial e viveu para mais tarde poder contar a história ao próprio escritor, tal como ele descreve no livro.
As atrocidades que se passaram naquele período da história da humanidade estão mais que documentadas em livros de história. Porém, neste livro é contada a história pessoal de Andrei Sokolo. Um soldado Russo que é obrigado a ir para a linha da frente da Guerra e a deixar tudo para trás, tal como o discurso dele representa no momento em que tem que despedir da sua esposa.
"I tore myself away from Irina, then took her face in my hands and kissed her. Her lips were like ice. I said good-bye to the kids and ran to the carriage, ma naged to jump on the steps as it was moving. The tra in started off very slow, and it took me past my fami ly again. I could see my poor little orphaned kids bunched up together, waving th{'ir hands and trying to smile, but not managing it. And Irina had her hands clasped to her breast; her lips were white as chalk, and she was whispering something, and sta ring straight at me, and her body was all bent for ward as it she was trying to walk against a strong wind. And that's how I'll see her in my memory for the rest of my life - her hands clasped to her breast, those white lips, and her eyes wide open and full of tears. That's mostly how I see her in my dreams too. Why did I push her away like that? Even now, when I remember, it's like a blunt knife twisting in my heart."
Por outras palavras, este livro é um testamento do que é a guerra. O que ela tira, cria e oferece. Porque existem histórias, como esta, que estão contidas de horrores, cenas macabras mas ao mesmo tempo um destino inesperado.
Remanescente de Tolstoy nas suas cenas vividamente realistas, nas suas descrições de carácter austero e, acima de tudo, o seu vasto panorama do período revolucionário, épico de The Fate of Man tornou-se a obra mais lida de ficção Soviética. Profundamente interessado em destinos humanos que são jogados contra o fundo das transformações e problemas na Rússia, Sholokhov une no seu trabalho a herança artística de Tolstoy e Gogol com uma nova visão introduzido na literatura russa por Maxim Gorky.
O que fica do livro é uma emoção de impotência entre as cenas que são narradas de um passado para o presente. Passado esse que foi formado, por fome, tortura, vergonha e saudades dos que morreram. O presente assente no encontro de uma outra razão para viver. O que está mais que subjacente é a crença que o género literário de romance deve ser uma força artística que conte a realidade à sociedade e que uma artista que não faz uma sociedade pensar, filosofar sobre os seus problemas não é artista. Como o próprio referiu no seu discurso na entrega do Nobel:
The era we live in is full of uncertainty. Yet there is not one nation on Earth that desires a war. There are, however, forces that hurl whole nations into the furnaces of war. Is it not inevitable that the ashes from the indescribable conflagration of the Second World War should move the writer's heart? Is not an honest writer bound to stand up against those who wish to condemn mankind to self-destruction?
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