segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Cada Enquadramento Uma Pintura.

Por vezes encontramos algum assunto que nos faz ter um pouco mais de atenção. Faz-nos querer saber mais e entender...
Adoro quando isso me acontece!
Principalmente se for um assunto que me interesse!



Neste caso concreto é um ensaio de Tony Zhou.
Um homem que gosta de filmes e não gosta de pedidos.
É libertino no cinema e por isso a sua escolha o levou a criar uma série intitulada  de Every frame a painting
São ensaios audiovisuais sobre técnicas de cinema que simplesmente me deixaram boquiaberto.
Surpreso pela qualdidade analítica do realizador, criador e pintor.
Cada um dos 26 vídeos que encontramos na sua coleção no Vimeo são objectos audiovisuais que merecem a contemplação de um quadro exposto no Louvre.
Mais!
É mesmo uma ferramenta de aprendizagem para os professores de cinema, fotografia, comunicação, etc...
O que temos aqui é uma dedicação soberba pela arte de fazer filmes.
E também compreender quem nos inspira e idolotramos de alguma forma...
Não consegui encontrar muita informação sobre o autor Tony Zhou.
Mas também não perdi muito tempo.
O que realmente me chamou a atenção foi a sua análise ao filme Memories of Murder  Coreia do Sul (2003) de  BONG JOON-HO.

BONG JOON-HO

Um filme baseado nos primeiros serials killers registados na Coreia do Sul.
O que visionamos no ensaio é mesmo uma narrativa da descrição pura de como cativar o público.
São oito maneiras, que vistas e entendidas, são mesmo apreciação de uma obra pura de vocação. 
O detalhe com que ele entra na descrição de cada frame é louca!
Mas depois deassimilada, ainda expoenta a linguagem cinematográfica como a arte complexa que é.
Geometricatente construída e matematicamente elaborada! P
Pode-se transformar num fime desconhecido, mas apreciado por alguém conhecido como Quentin Tarantino. Aparecendo na  sua lista dos top 20 filmes de 1992 a 2009.



Como tinha referido são 26 vídeos analíticos sobre técnicas de escrever cinema, talvez manipulá-lo!
Assim, deixo apenas os dois que mais chamaram a minha atenção. 


O primeiro incide sobre oito maneiras de olhar para um personagem.
Analisa formas de cativar a atenção do espetador através da descrição de quadros do filme Memories of Murder. Comparando mesmo a técnica hollowoodesca com a do sul coreano.
Aprendemos muito sobre a diferença  entre representar e ser filmado sozinho e fazer o mesmo em conjunto. A conclusão final é logicamente genial. Aí percebemos realmente porque o cinema é uma arte. 


O segundo foi o que mais me supreendeu.
Não posso dizer que nunca fui fã dos filmes de jackie Chan.
Tenho que admitir que ele tem alguns que não foram tempo desperdiçado em visioná-los.
Mas depois de ver este ensaio, olho para os filmes com outro olhar. E de alguma forma vejo ali arte, dedicação e mais importante gosto pela realização.
Notando-se mais aquilo (spoiler alert) quando quase no final do ensaio vemos e entendemos duas grandes diferenças entre o cinema ocidental e o oriental.
Por um lado, o tempo e perfeccionismo na montagem. Em segundo o tempo que Jackie Chan demora a captar uma cena. Repetindo-se até à exaustão até estar satisfeito.
Por último a utilização da câmara. Em que percebemos a diferença entre a mesma permanecer num plano estático ou ser direciconada de vários pontos de perspetiva. 


Concluindo, estes 26 vídeos são ensaios pormenorizados sobre a linguagem do cinema e como ela pode ser complexa e mística. Mas também como pode ser banal e massificada. 
Isto é, não creio que sejam muitas as pessoas que se interessem por estes assuntos.
Alguns até poderão achar monótono. Mas de certeza que certos hobbies que eles tenham também eu vou achar monótono. É assim a vida...
O que realmente quero dizer é que para quem se interessa por estes assuntos, temos aqui uma fonte grandiosa de entendimento cinematográfico. Que por um lado pode ser apreciado apenas por gosto de valor, mas por outro como aprendizagem da arte em que trabalhamos e com isso evoluir.  


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