sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A narrativa interactiva na oralidade.

O processo comunicacional da narrativa cognitiva é constituído por quatro elementos. A história que tem um autor; a fábula que diz respeito ao jogador; o enredo que é a matriz de eventos e a forma que é alterada a partir das vivências do receptor. A forma e o enredo criam a representação (oral; texto; filme, vídeo jogo, etc).
A história narrativa deverá ser um processo de sequenciação cronológica de eventos causa-efeito, que só poderá ser activado com a interacção/participação do “jogador” no desenrolar dos eventos, cumprindo para tal determinadas regras do jogo.
A narrativa é constituída pelos seguintes elementos: fábula (conteúdo) e a representação (forma). A fábula é constituída por eventos cronológicos. A representação pelo estilo (media). O enredo (plot) pode ser linear, não linear, multi-linear (caminhos paralelos) e emergente (comportamentos autónomos).
A estrutura mais básica de histórias interactivas é a linear: os eventos do jogo revelam-se numa ordem estritamente linear, contudo o jogador pode ter liberdade para explorar o jogo de uma forma não linear. A estrutura não linear é a menos utilizada porque o número de possibilidades formam combinações impossíveis de controlar. O que em certa medida pode explicar alguma da incompreensão face às histórias não lineares. A multilinear, na sua vertente de caminhos paralelos, pode em certa medida ser vista como uma reconfiguração da perspectiva em árvore. A árvore recombina-se nos pontos de intersecção criando estruturas lineares. Por outras palavras, cria acesso via várias personagens, gerando diferentes perspectivas da mesma história e várias linhas possíveis de desenvolvimentos da história. Finalmente as emergentes que são narrativas desenvolvidas com base em estruturas autónomas. Ou seja, em que cada objecto possui um comportamento próprio e autónomo, sabendo como se comportar em caso de interacção com o meio circundante. Alguns comportamentos emergem na narrativa, tipo GTA com personagens autónomas, mas uma narrativa linear.
Com base naqueles modelos percebemos as potencialidades interactivas de contar histórias oralmente. Uma das questões preponderantes para entender a história interactiva é a distinção entre uma mensagem reactiva e uma mensagem interactiva. A mensagem reactiva obedece a uma estrutura de passividade do utilizador no desenvolvimento da narrativa, isto é, os seus actos e as suas emoções não mudam o argumento. Na história interactiva o utilizador é activo e as suas emoções e actos podem mudar o argumento e assim conseguir novos desenlaces para a mesma. Ao estarmos perante uma audiência e contarmos uma história oralmente pelo lado interactivo criamos uma relação entre o utilizador e a própria narrativa. Os dois interagindo conseguem que a representação seja mais afectiva e crie algum tipo de gratificação no receptor.
Assim, sobre a possibilidade de algum daqueles modelos ocorrer no plano da oralidade cria uma forma mais activa de participação da audiência na participação da história.

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