sábado, 3 de abril de 2010

Eu engano, tu enganas...


Existem filmes que são uma  simples forma de reconhecer a realidade e com ela percebemos que existem coisas que são mesmo estranhas e enganosas. Orson Welles um dos maiores nomes de sempre do cinema e não só. Produziu e realizou inúmeras obras que foram reconheciddas pela crítica como autênticas reivinções do próprio cinema. Foi um produtor, realizador, guionista e actor americano pioneiro e génio do cinema. Com as suas obras conseguiu renovar a estética narrativa da linguagem cinematográfica. Foi uma figura influente por causa da sua metamoforse estética que se pode ver em obras como Citizen Kane. Quem já viu este filme consegue perceber a sua qualidade pela fotografia, que embora seja a preto e branco, foi altamente inovador para a época, e pelos planos que criaram normas cinematográficas que ainda hoje são usadas por realizadores, e pelo conceito de profundidade de campo. Para mim uma das maiores qualidades do produto audiovisual que pode ser admirado não só apenas nos filmes tradicionais, mas também de uma forma mais evoluída na forma que voltou a ser moda de ver filmes, o 3d. 



O Cidadão Kane foi realizado e produzido com recurso a factos verídicos de um cidaddão americano. Mas o filme que eu quero falar é o que eu tive oportunidade de visionar. Por sinal foi a última obra de Welles e integra-se num género de audiovisual que não é a ficção, mas sim o documental. Talvez seja pertinente perceber quais são as diferenças que existem entre os vários géneros. A literatura que existe é vasta e muitos são os autores que tentam explicar, em ensaios académicos os varios elementos que os diferenciam. Eu podia procurar intensamente a melhor definição sobre o que realmente diferencia os dois géneros, mas a verdade é  e não é num post que vou conseguir encontrar e publicar aquilo que que eu considero que diferencia um do outro. Em simples palavras, e como o seu próprio sentido significa, ficção distingue-se do documentário pela forma como capta a realidade.

Mas vejamos o que dizem os especialistas sobre o assunto: 
Se as narrativas voltadas para exponenciar a circunstância da tomada aparecem como centrais em trabalhos próximos da estilística do Cinema Verdade/Direto, há, na história do cinema documentário como um todo, uma espécie de força centrípeta que atrai a imagem e o espectador para a presença do sujeito que sustenta a câmera na tomada.

Fernão Pessoa Ramos

Eu acho que o que estou a tentar dizer é que a ficção não é o mesmo que o documentário. Eu todos os dias tento perceber qual é a verdadeira consistência na forma de representar a realidade. Que é a coisa mais complicada que o ser humano tem que entender na sua existência. Podemos compreender a realidade como uma história que foi escrita e nós apenas temos que seguir. Ou então podemos ver a realidade apenas como simples construções de representações entre o que é real e o que é ficcional. Todos os dias passamos por situações que nos fazem pensar entre o que distingue um do outro. Desde o aparecimento da forma em movimento de representação que o ser humano entrou em dúvida sobre o que é realidade e sobre o que é ficção. 


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