terça-feira, 14 de dezembro de 2010

História da Comunicação_2

O mais fascinante a constatar é como a designação de quarto poder acerca dos meios de comunicação social desde sempre esteve ligado à manipulação da opinião pública. É preocupante ver que em tempos de monarquia já havia a preocupação de "enganar" a população e desviar a sua atenção  de acordo com os interesses dos que possuem o poder. Neste caso concreto, Frederico II e uma carta falsa do Papa da altura do fim da Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Está escrito na página 39:

Em 1767, após o fim desta guerra, fica a saber que em Berlim, a sua capital, corre o boato falacioso de uma nova guerra - que seria muito impopular. Pensa que os rumores devem ser afastados e, convocando jornalistas que estão a seu soldo ordena-lhes que publiquem que acabara de haver uma terrível tempestade de granizo perto de Potsdam, com muitos feridos e estragos materiais. Os berlinenses esquecem imediatamente as suas preocupações anteriores e procuram saber os pormenores desta catástrofe imaginária: tão imaginária como a cobra de rubis. E o rei regozija-se por ter enganado tão habilmente os seus súbditos.   
A Liberdade Guiando o Povo, por Eugène Delacroix.
Em França, a Revolução Francesa (1789-1799) alterou o quadro social e político de França. Porém umas décadas antes houve uma outra série de transformações que mudaram a sociedade. Foi a luta dos gazeteiros contra os filósofos. Uma luta dos cultos contra os incultos, onde nomes como Voltaire chegam afirmar que a imprensa se tornou um dos flagelos do povo. Até que ponto ele teria razão? Uma luta que se sintetisa num paragrafo da página 40:
Na mesma óptica se encontra a proposta de Diderot, feita na Enciclopédia: «Todos estes jornais são o alimento dos ignorantes, o recurso dos que querem falar e julgar sem ler, o flagelo e o desgosto dos que trabalham. Nunca proporcionaram a uma pessoa culta um bom escrito, nem impediram um mau autor de escrever uma má obra. 
Em relação à posição dos Estados Unidos da América, o autor afirma que é necessário uma palavra para acabar com a influencia da independência dos E.U.A sobre a crónica da liberdade da imprensa em progressão. Nesse sentido escreve o autor na página 45.
Quando na alvorada da Revolução, em Abril de 1789, Brissot, o futuro líder dos Girondinos, lança um jornal que rapidamente tem um grande êxito, Le Patriote Français, escreve no seu prospecto as seguintes frases reveladoras: «Para além das brochuras, é necessário encontrar outro meio que tenha baixos custos e uma forma que não seja aborrecida, de maneira a instruir incessantemente todos os franceses. Este meio é um jornal político ou uma gazeta. É o único meio de instrução para uma nação numerosa (...) que procure sair da ingnorância ou da escravatura. Sem as gazetas (eis o importante) a Revolução da América (...) nunca teria sido feita.
Jacques Brissot, 1754-1793

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