segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O destino


Todos nós sentimos que nascemos com um destino. Para quem acredita, é saber que está escrito lá em cima que um dia acontece. Mas o que é que acontece? Isso, como a própria vida é complexo, mas sempre depende de caso para caso, ou de pessoa para pessoa.
A questão também passa pela sua fé e mais importante, pela sua ambição. Acreditar no destino pode ser simplesmente acreditar que nos apaixonamos pela pessoa certa (a cara metade); encontramos o trabalho/emprego da nossa vida. Que somos felizes com o que temos, mesmo quando isso significa ser e ter nada. Shakespeare já dizia que pobre é aquele que não é feliz com o pouco que tem.
Mas o destino pode ser sempre algo mais complexo...
Se vivêssemos numa tribo na floresta Amazónia a nossa fé não era mais do que o instinto de sobrevivência, mediada por regras de submissão e atrozes condições de vida. Será?
Aquele que nasce selvagem, se nunca sair do seu meio e nunca tiver contato com outros meios e ambientes, nunca se interrogará sobre o seu destino. Vive segundo as regras e tradições do seu povo e esta é a base da sua subsistência, no meio da comunidade nunca nada lhe faltará. Porém, quase nada nunca saberá. 
Nós os ocidentais, acreditamos demasiado no destino. Acreditamos que a sociedade está formatada de forma a que todos sejamos homogéneos na forma como vivemos e, quase sempre, na forma como morremos. Porque podemos morrer felizes. Com a sensação que fizemos algo na vida que valeu a pena e, de alguma forma, deixamos um legado para todos os que venham a seguir a nós.
Depositamos sempre nas nossas crianças, filhos e netos a esperança de um futuro melhor e mais justo. Agora aquilo que eu pergunto: acreditamos todos nesse destino? 
Eu próprio tenho já imensa dificuldade em acreditar em tal destino. À medida que o mundo vai evoluindo e se transformando acreditar num destino parece ser quase como acreditar que o ser-humano é dono das suas totais possibilidades de ação. Se acreditas no destino, não esperes que ele venha ter contigo. Pega numa arma e obriga-o a vir ter contigo. Porque a vida é curta e o destino é sempre longo de alcançar e, a maior parte das vezes, impossível de alcançar. 

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