sábado, 20 de março de 2010

The Outsiders

Vivemos num mundo que não é mais do aquilo que vemos e sentimos. É um lugar por vezes estranho, porque muitas vezes não conseguimos perceber as suas particularidades. Elas são tantas que algumas nem nos damos conta. Mas nem tudo é invisível e por vezes podemos observar melhor. 


Ao visionar pela sexta vez um filme realizado por Francis Ford Coppola foi aquele o pensamento que me surgiu. Pois começo a achar que Coppola gosta de retratar a realidade, de observá-la como mais ninguém, de prestar atenção nos pequenos pormenores que geralmente passam despercebidos à maioria das pessoas. E com tudo aquilo construir um mundo ao seu estilo, pintá-lo e mostrar às pessoas ou espectadores. The Outsiders é um filme com um cast preenchido de actores que depois de 1983, ano em que o filme foi realizado, se tornaram mundialmente conhecidos. Falo de actores como Matt Dillon, Patrick Swyaze, Tom Cruise, entre outros. Retrata um problema que sempre existiu na sociedade: os grupos sociais e as rivalidades que existem entre eles. É a velha história entre os ricos e os pobres, os políticos de esquerda e os da direita, os elitistas e os anarquistas. 



A certa altura enquanto via o filme, lembrei-me de quando tive aulas de sociologia e abordei Karl Marx . Um sociólogo que construiu um longo pensamento acerca das forças que estruturam a sociedade. Dois dos conceitos por ele criados foram os de super-estrutura e infra-estrutura e a forma como elas se relacionam e influenciam. São conceitos mais usados no campo da economia e que serviram e servem para explicar muito conhecimento científico. Neste caso concretamente, apenas me lembrei destes dois conceitos porque no filme é mostrado a diferenciação entre classes e rivalidades que existem entre elas.


Mas o filme aborda também outras questões, como por exemplo, o lado mais humano do ser-humano. Passando a redundância, ela serve para salientar aquilo que melhor é mostrado no filme com uma técnica cinematográfica excelente: os sentimentos de afecto e bondade singulares, e ao mesmo tempo biológicos, do Homem. Nascidos num meio bastante desfavorecido em condições que por vezes transformam o Homem num animal demasiado perigoso, os outsiders também são capazes de amar e partilharem afectos entre si. Não é apenas uma questão de sobrevivência e encarreirar por caminhos que não são os mais correctos. Muitas vezes apenas se trata de uma decisão, um estilo de vida, o querer marcar a diferença com aqueles que sempre tiveram tudo, mas que nunca lhe deram o devido valor.


 

Mas depois na vida existem acontecimentos que mudam tudo. E nesse instante olhamos para trás e achamos que não fizemos tudo o que queríamos. Que talvez o caminho que escolhemos devia ter sido outro e o melhor seria ter evitado aquilo pelo que fomos desviados....


Sem comentários:

Reaprender

 Nunca é fácil quando conhecemos uma pessoa. Principalmente se por essa pessoa começarmos a sentir sentimentos.  É uma roda viva de emoções ...