segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Óscars 2011

Existe uma questão pertinente que me fez pensar e encarar os Óscars deste ano de uma forma diferente, mas já aí vamos. A noite foi comprida e mais uma vez foi cumprida a tradição desta vez na sua 83ª edição. Para aqueles que moram em Portugal e querem assistir em directo à cerimónia, já sabem o que lhes espera... Uma noite mal dormida. 


Este ano os Óscars começaram devagar à entrada da redcarpet. Actores e actrizes desfilaram com os vestidos dos estilistas mais famosos. Umas com vestidos de beleza divinal, e os outros de massa no smoking com gravata ou laço. Na banalidade, o normal.
Empolgantes os fãs gritavam fanaticamente, em histeria para verem os seus ídolos. Enquanto ouvíamos os comentadores da TVI a tomarem rédeas na longa epopeia cinematográfica que se aproximava no continente Europa, dois actores jovens tomavam as rédeas do outro lado do Atlântico no Kodak Theater em Los Angels. 

Cerimónia de 2009


Começando a cerimónia propriamente dita, foi um desfilar de estrelas do mundo do cinema de Hollywood. Uns aquecem corações, lançam a sensibilidade através de perfomances que nos marcam. Outros estão fora dos seus papéis cinematográficos e encantam com a sua beleza formal, mas mais real que nos filmes. Como o caso de Scarlet Johason que para mim foi a mais bem vestida e por isso a mais bonita da noite. Mas indo à lista de  vencedores, este ano não houve muita surpresa. 
Colin Firth ganhou o de Actor Principal, em The King´s Speech (2010); em Actor Secundário foi Christian Bale em The Fighter (2010); Actriz Principal foi sem qualquer margem para dúvida Natalie Portman em The Black Swan (2010);  Actriz Secundária foi para Melissa Leo em The Fighter (2010). 
Na categoria de Melhor Filme é que entra o meu total desacordo. Inception (2010), por razões por mim explicadas, merecia o Óscar de Melhor Filme. No entanto foi para o filme The King's Speech (2010) que analisei como a dictomia da rádio, onde Tom Hooper arrecadou também com de Melhor Realizador. No fundo foi o mais perdedor, porque tinha 12 nomeações, mas o grande vencedor porque arrecadou 4 Óscars. 
Gostaria de destacar ainda o Óscar de Melhor  Direcção de Arte que foi para Alice in The Wonderland (2010) de Tim Burton e o de Banda Sonora Original que foi para The Social Network (2010), sendo que o som foi produzido por Trent Reznor e Atticus Ross e realizado por David Fincher. 


E assim já passou a octogésima terceira edição dos Óscars desde a sua primeira edição a 16 de Maio de 1929 no Hotel Roosevelt. De uma forma muito sucinta o que tenho a relatar da cerimónia deste ano é o glamour que sempre invade esta festa de cinema e na forma como milhões de milhões de pessoas esperam para saber os vencedores das diferentes categorias. 
Mas como referi logo no início pensei nos Óscars deste ano de uma forma diferente. Em primeiro lugar a clareza que agora se sabe os vencedores, não sendo mais porque nos últimos anos a comunicação social dá mais destaque a outros prémios e festivais (Cannes, Sundance, ...) e com isso normalizou a escolha dos opinion makers e consequentemente da opinião pública. No ponto de vista dos media, são eles na verdade que criam os vencedores. Em segundo lugar, é complicado concordar com a decisão da Academy Of Motion Picture Arts & Sciences quando para nós houve filmes esquecidos e outros que mereciam o Óscar de determinada categoria. 
Por outras palavras, não percebo a ausência de Roman Polansky, que parece ser agora uma persona non grata no universo de Hollywood. The Ghost Writer (2010) foi um dos filmes desse ano. Numa cinematografia que já há muito não via, Roman Polanski realizou uma narrativa com drama e um desenlace angustiante. Com uma mensagem acerca dos tempos pós-11 de Setembro e cheio de personagens corruptas que levam acreditar literalmente que por detrás de um grande homem existe sempre uma grande mulher, escrevi eu quando o vi. Ou mesmo de Martin Scorcese com o seu frenético Shutter Island (2010), que considerei: neste filme Martin Scorcese consegue que a narrativa no seu fluxo ganhe um novo sentido. Somos levados até ao desenlace a querer em finais completamente imprevisíveis. Uma obra que demonstra mais uma vez as capacidades de um dos grandes realizadores do nosso tempo.
No final, os Óscars são apenas os "opinion makers" do cinema mais respeitados que representam os interesses do mainsstream, contribuindo para uma distinção social e colectiva e não propriamente individual. Para o ano há mais...

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