segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Algumas ideias para criativos empreendedores

A semana passada  foi muito ocupada com a análise de novas formas de empreendedorismo e novas indústrias criativas que se estão a formar muito devido às novas tecnologias que estão constantemente aparecer. Também foi uma semana que me tenho dedicado a refletir como posso impulsionar e divulgar as minhas ideias. Nessa vertente, quero deixar aqui um registo com as principais ideias.


Em primeiro lugar, torna-se interessante referir o filme documentário PressPausePlay (2011). Realizado por David Dworsky e Victor Köhler é um trabalho magnífico de documentação sobre a obra de arte na era digital. Este trabalho procura esclarecer o que se passa com a arte (música, cinema, entre outras) no século onde as possibilidades da tecnologia atingiu níveis de produção quase globais. Ao longo do mesmo, somos esclarecidos com aspetos positivos e outros negativos, mas uma coisa é certa: esta era é o início de uma nova forma de fazer arte.
Por outras palavras, os realizadores viajam pela Suécia, Noruega, Espanha, Alemanha, Japão, Islândia, Estados Unidos da América, França, Austrália e Grã Bretanha para falarem com artistas de vários quadrantes: desde a música, a literatura, o cinema, o design, o motion graphics, a publicidade, o jornalismo e os tecnólogos. Que conseguiram através da tecnologia, encontrar novos canais de divulgação para a arte que produzem. E, por outro lado, revolucionar as indústrias culturais e reformular toda a sua estrutura base.


Em segundo lugar, para aqueles que já possam ter oportunidade de ter visto o filme de Banksy, Exit Through the Gift Shop (2011); tiveram oportunidade de entender porque muitas vezes o caminho traçado pode ser dispare e encontrar paralelos que nos levam ao nosso destino. A história de Mr. Brain Wash é um exemplo concreto disso. 
Na minha opinião sincera, o filme responde que a arte não é uma estrutura modelada, rígida, alfabetizada, ensinada, ritual ou até que tenha qualquer aura. A arte é algo que se deve sentir como forma de expressão do nosso interior. Como refúgio e abstração à normalidade e dogmatismos. Como instrumento de luta de classes e propícia na procura de entender a realidade que vivemos. Finalmente, e mais importante, que qualquer um de nós pode ser um artista. Para isso basta fazer arte à nossa maneira e nunca desistir.


Os dois filmes foram apenas a introdução para um tema que tenho procurado abordar com leituras de Seth Godin, entre outros, e que podem consultar e entender melhor pela minha análise ao autor aqui e a aqui.
O primeiro filme é uma boa forma de entendermos o que mudou do modelo fabril, para o modelo digital e como nos podemos  integrar. O segundo, é um exemplo (de certeza haverá outros); de como atingir os nossos sonhos e objetivos.
A palavra empreendedorismo é muito importante nas sociedades atuais. Alguém execional, tem uma ideia original, distinguindo-se por isso dos outros e torna-se empreendedor. Esta é uma caraterística comum a todos, no sentido em que todos têm ideias. Contudo, aquilo que distingue e particulariza são aqueles que realmente as conseguem pôr em prática e obter sucesso com elas.
Qualquer ideia, produto ou serviço por muito bons que possam ser, sem um marketing eficiente e resultante de retorno nunca conseguirá viver no mercado. Nesse sentido, Seth Godin parece-me ser uma boa uma escolha.
Noutro sentido, muitas vezes não sabemos bem por onde começar. Muitas vezes isso acontece porque não sabemos as tendências. Nesse sentido, o artigo do GigaOm Why 2012 will be year of the artist-entrepreneur escrito por Michael Wolf é um ponto de partida. 


O artigo começa por nos falar de algumas tendências com sucesso em 2011, tais como e-books, video e rádio/música. E depois explica-nos as tendências subjacentes para 2012 para afirmar o momento dos criativos empreendedores. 
Wolf começa por afirmar que a corrente de distribuição está a colapsar por conteúdos verticais, Isto é, os intermediários entre as empresas de conteúdos e o consumidor final estão a deixar de ser precisos, num momento em que as próprias empresas se tornam distribuidoras diretas e apostam na criação dos seus próprios conteúdos.
Continua dizendo que as ferramentas de produção de conteúdo, distribuição e monetização estão a democratizar-se através da web.  Dando o exemplo de os e-books em que a distribuição e storefronts já se tornaram apenas um. Para realçar o facto deixa um excerto de um artigo de Ryan Lawler também para o GigaOm: “independent content creators stand to gain the most through massive reductions in the cost of recording equipment and editing software, as well as the greater availability of streaming video service on connected devices. They gain new distribution opportunities for their content and greater possibility for monetization. Consider any of the top YouTube video channels, which probably wouldn’t be able to survive in the pay-TV universe but have created thriving businesses due to the cost structure online.”




Por último, Wolf pega numa ideia que já me tinha ocorrido. No mundo digital de hoje o scripting é a literacia e uma imensa forma de expressão artística. Pois, a democratização das ferramentas de produção, distribuição e monetização acontece porque os esclarecidos da tecnologia, que são ao mesmo tempo os artistas, constroem websites e apps que os ajudam a pôr a sua arte para o mundo sem recurso às grandes corporações. Esta última ideia parece ser o tema do último livro de Douglas Rushkoff’s PROGRAM OR BE PROGRAMMED Ten Commands for a Digital Age (2011) que ainda não li, mas já acrescentei à minha lista de leitura.
Em suma, as ideias que aqui quero deixar é que no mundo que vivemos atualmente, as iniciativas de empreendedorismo, nomeadamente para as indústrias criativas, já não estão totalmente sobre a alçada do poder corporativo. A web democratizou as ferramentas e criou todo um novo mundo explicado em PressPausePlay e de onde surgem artistas como MBW protagonista do primeiro filme de Banksy. Por último, as áreas de intervenção são diversas e dispares, mas o designer torna-se programador e este designer num processo de convergência total de saber e especialização que o ajudam a ser um criativo empreendedor.    

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